25/05/2025
Abuso online atinge mais de 300 milhões de menores de idade por ano no Mundo
Abuso online atinge mais de 300 milhões de menores de idade por ano no Mundo/Foto: Internet

Abuso online atinge mais de 300 milhões de menores de idade por ano no Mundo

Um em cada oito menores de idade em todo o mundo foi submetido a algum tipo de abuso infantil online nos últimos 12 meses

Uma pesquisa apresentada nesta segunda-feira (27) pela Universidade de Edimburgo em Londres apontou que um em cada oito menores de idade em todo o mundo foi submetido a algum tipo de abuso infantil online nos últimos 12 meses, como conversas sexuais indesejadas, pedidos de atos sexuais por parte de adultos ou de outros jovens e “sextorsão”.

O relatório Into The Light, realizado pelo Childlight Global Child Safety Institute da universidade escocesa, é o primeiro a medir a extensão do abuso online infantil em escala global. O total de crianças atingidas em um ano supera os 302 milhões, diz o estudo.

O trabalho baseou-se em estatísticas oficiais e de organizações não-governamentais para traçar o quadro que Paul Stanfield, CEO do Childlight, defende que seja tratado como uma pandemia global, assim como foram a Aids e a Covid-19. “Mas isso não acontece pois muitas vezes é uma realidade difícil de encarar”, diz.

Pesquisa compilou mais de 36 milhões relatos de abuso infantil

O relatório da Childlight resulta da compilação de dados de mais de 36 milhões de situações reportadas pelas próprias plataformas digitais às principais organizações policiais, como a Interpol, pesquisas e análises de 125 estudos acadêmicos e feitos por ONGs de proteção a crianças.

O trabalho considera como abuso a visualização de imagens pornográficas de um menor de 18 anos; flerte ou conversas sexuais, interação sexualmente explícita via webcam e pagamento para obter imagens ou realizar interações sexuais.

Segundo a pesquisa da Childlight, um caso de abuso infantil é relatado a autoridades a cada segundo, e 3,5% das crianças experimentaram algum tipo de extorsão sexual pela internet nos últimos 12 meses.

Na “sextorsão”, os abusadores exigem dinheiro para manter as imagens privadas e utilizam a inteligência artificial generativa para produzir deepfakes de suas vítimas. 

O abuso nos EUA, Reino Unido e Austrália

O relatório não detalha a situação em cada país, devido à ausência de dados comparáveis.

Mas destaca alguns países como exemplo da prevalência do abuso online infantil: 11% dos homens nos Estados Unidos, 7% dos homens no Reino Unido e 7,5% dos homens na Austrália relatam que se envolveram em comportamentos online que poderiam ser classificados como tal em algum momento da vida.

O estudo descobriu ainda que um em cada nove homens em algumas partes do mundo cometeram ofensas sexuais online contra crianças – e muitos também cometeriam crimes por contato sexual com menores se acreditassem que isso poderia ser mantido em segredo.

Outra revelação é a de que cerca de um quarto das crianças norte-americanas (23 por cento) relataram ter sido vítimas, no último ano, de captura, compartilhamento e exposição não consensual a imagens e vídeos sexuais.

Globalmente, a região com maior índice de abuso online infantil é a África Oriental, com 20,4% de prevalência.

Na América Latina e Caribe a taxa média é de 11,6%

No Leste da Ásia e Oceania é de 13%

Na Europa e EUA é pouco superior a 9%

O local com maior incidência de hospedagem de material pornográfico infantil é o Sul da Ásia (29%), mas o Childlight observa que aos dados podem ser distorcidos por recursos que permitem a perpetradores esconder sua real localização.

Segundo Paul Stanfield, os casos dispararam desde que a Covid-19 mudou os hábitos online do mundo.

A Internet Watch Foundation (IWF) informou em 2023 que o material de abuso sexual infantil com crianças do ensino primário com idades entre os sete e os dez anos a serem treinadas para realizar atos sexuais online aumentou mais de 1 mil % desde que o Reino Unido entrou em lockdown pela primeira vez, em 2020.

‘Horror’ do abuso infantil

Paul Stanfield, Childlight Institute, responsável por pesquisa sobre abuso online infantil/Foto: Divulgação
Paul Stanfield, Childlight Institute, responsável por pesquisa sobre abuso online infantil/Foto: Divulgação

Paul Stanfield, que está à frente do Instituto Childlight, trabalhou 30 anos como policial, incluindo na Interpol, e diz ter testemunhado nesse período “o verdadeiro horror e o crescimento da exploração sexual infantil” facilitada pelas novas tecnologias e pela falta de regulamentação.

“Aqueles que trabalham no setor sabem disso por de informações e experiências diretas. Mas embora esta percepção exista, não tem sido suficiente para impulsionar mudanças estruturais na proteção infantil.

Precisamos de provas que sejam indiscutíveis para que o problema não possa mais ser ignorado, negado ou confundido de forma inútil com questões como a privacidade e a liberdade de expressão.”

No Reino Unido, cuja lei de mídias sociais (Online Harm Bill) é fundamentada na proteção a crianças, organizações não-governamentais ligadas aos direitos infantis combatem vigorosamente a adoção de criptografia de ponta a ponta em serviços de mensagens por parte das plataformas, pois dificulta a localização e punição de assediadores.

“Para que a criptografia de ponta a ponta seja o padrão, deve-se claramente alcançar um equilíbrio que satisfaça o desejo de privacidade de todos os utilizadores, com uma detecção proativa adequada de material de abuso sexual infantil online. Não se engane: a exploração e o abuso sexual infantil online existem porque é permitido que existam”, diz Stanfield. 

O estudo completo pode ser visto aqui

Fonte: Redação Mediatalks

Coluna: Maely Silva – Jornalista
Presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – ABRAJET-SC
Diretora da Marketing da AFEET – Associação Federativa de Executivas de Empresas de Turismo) 

Click na Home e escolha o idioma para sua leitura….
http://45.148.96.44/~bomdiasa/wp
@bomdiasantacatarina

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
Email
LinkedIn

Notícias Relacionadas